sábado, 18 de dezembro de 2010

Sem você

A comida sem gosto,
O leite talhado,
A sujeira na porta de entrada,
A estante empoeirada,
Tudo fica assim sem você.

O suco amargo,
O prato quebrado,
A casa sem cheiro,
Sem vida, sem graça.

Os livros ali choram sua falta;
Os CD’s sem radio clamam sua volta;
Eles querem cantar e ler o nosso amor,
Querem embalar suas tardes de novo,
Querem brincar com o nosso destino,
Querem ouvir sua voz suave,
Querem observar sua retina atentamente.

Eu, a cama, o guarda roupa, as caixas, os livros, as roupas, o cobertor, o travesseiro, o lençol, a geladeira, o fogão, o microondas, as compras no armário, o sofá, o rádio, a televisão, o DVD, a banqueta, a lata de cigarros, estão esperando, ansiosos, de braços abertos, de mãos atadas, que você volte logo, que seja breve, para que possamos te abraçar, num abraço terno, cheio de afeto, cheio de amor.




"Ninguém sabia e ninguém viu,
que eu estava a teu lado então;
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher.
Sou minha mãe e minha filha;
Minha irmã, minha menina.
Mas sou minha,
só minha,
e não de quem quiser;
Sou Deus,
tua Deusa, meu amor.


(1º de Julho - Renato Russo)"

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O ultimo acordar

Soou estranho olhar ao lado da cama, e não te ver ali, porém com a certeza de que as 18:00h, você estará chegando do trabalho. Mais estranho ainda é saber, que será a ultima vez, nas próximas semanas que chegarei em casa, e me depararei com você, quietinho, ouvindo música, deitado no sofá, para dois.

Estranho foi, ver o pacote de Cookies aberto, jogado no sofá, vazio, como já me sinto, como está minha alma, sem os seus carinhos e beijos seus.

O pote de cigarros estará lá, os livros na estante também, seus filmes, seus medos, suas roupas, ficarão, só você irá, irá pra longe, levará o meu amor, minha alma, meu coração, meu pulmão, meus rins, levará minha vida, que agora é sua, e corpo sem alma, é a mesma coisa que mel sem aveia, não combina, não da liga; o que adianta, meu corpo estar aqui, e minha alma, perdida, por cantos sombrios, procurando seu amor, procurando algo que estanque a dor que se sente, procurando uma maneira, de deitar e deixar-se dormir.

Ela sabe que é o melhor que se pode fazer, ela sabe que antes de tudo precisa resolver os seus problemas, que precisa deixar-te ir, pro seio de sua família, dos que te amam; sabe que terá que esperar, por noites frias e dias quentes, na companhia apenas das suas xícaras, dos seus livros e das palavras cruzadas, que serão meus companheiros nas noites que se seguirão sem o seu abraço que me protege, sem as suas mãos que me levam, sem seu olhar que me guia.

Espero que o tempo passe,
espero que a semana acabe,
pra que eu possa te ver de novo!
Espero que o tempo voe,
para que você retorne;
Pra que eu possa te abraçar,
e te beijar,
de novo.

(N - Nando Reis)

http://www.youtube.com/watch?v=HtmLX4Qp4jI

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A minha felicidade que é você

"Gire a torneira, perigas ver; inunda o mundo,o barco é você!
Marisa Monte - Água Também é Mar"

Quando penso se há limites pra ser feliz, lembro-me do sabor dos nossos beijos, do afeto de nossos carinhos, do calor da nossa cama, e tenho certeza que não há.


Quando penso se há limites pra nossa felicidade, lembro-me das idas ao mercado, a feira, ao dentista, da vida dividida em dois, que é por fim, se tornou uma só.


Quando penso nesta felicidade, vêm em minha mente, nossas faxinas na casa, as roupas batendo da maquina, o cheiro da comida ainda quente no fogão e tenho certeza que era esse o nosso sonho.


Vejo-me tão feliz, vejo-te tão feliz, que nossa alegria as vezes transborda nos olhos, que choram, de tanta felicidade, de tanto amor, de tanto carinho. Vejo que podemos sim, e que merecemos ainda mais sermos felizes. E assim somos, e assim seremos, até o dia em que estivermos velhinhos, ranzinzas e sem graças, esperando a hora de partir, esperando se continuaremos o que começamos aqui, em algum outro (desconhecido) lugar, até o dia 02 de dezembro de algum ano, conforme combinado.


Venha ver o luar, a lua crescente, como é meu amor por você!


Por todo o sempre!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Em mim

Dentro deste corpo, havia uma alma, que antes de você caminhava sozinha, não era feita de pinceladas coloridas, não era plena de alegrias, medos, felicidades, suspiros e amores.

Por aqui também, existiam mãos, que não tinham a quem apegar-se, que viviam sozinhas pelas ruas, sem um cabelo pra acariciar, sem ter sua sobrancelha para fazê-la feliz.

Aqui existiam rios de sangue, que antes eram rios de sangue, que hoje abriram caminho para o seu amor, que percorre meu corpo inteiro, que toca meus sentidos, que me faz querer ir mais longe, sempre.

Aqui batia um coração descompassado, batia por ser essa simplesmente sua função, para manter-me vivo e hoje bate, pra me encharcar do amor, tão grande amor, que tenho por ti.

Hoje ele, como eu, encontraram uma razão pra continuar. É você a razão de tudo, é por você que meu coração bate, é por você, que hoje, sou cheio de cor, é por você que minhas mãos, mesmo nos dias frios, encontraram calor, é por você e com você, que meu sangue circula, dentro dos labirintos do meu corpo, despenjando-se em meu coração.