segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Um copo para dois

Tornamo-nos um quando nossas almas e nossas vidas se entrelaçaram, numa dança suntuosa, plena e feliz e assim, dividimos nossos chinelos, que também significam o nosso amor, e onde chegaremos com ele.

Percebemos isso, quando a xícara do café da manha ganhou mais leite, quando o prato do almoço ganhou mais comida, quando o armário perdeu uma gaveta vazia de coisas suas, quando o sofá ganhou companhia, quando a banqueta não recebe apenas um par de pés, e sim dois.

Tornamo-nos um, quando dividimos o shampoo, o condicionador, o sabonete, os perfumes, a felicidade, a casa e o coração. Tornamo-nos um, quando dividimos a cama, o lençol, os travesseiros e a nossa temperatura.

Somos agora um, um corpo, um coração, uma vida. Dois destinos que se cruzaram, e que hoje tem lugares certos pra estarem, pra repousarem, pra amarem. Dois corações que se cansaram das banalidades do mundo e que resolveram ser a paz de um e o tormento do outro. Dois amantes, dois amigos, duas pessoas dispostas, a escrever juntas uma grande história de amor.

Garçom, por favor, um copo apenas, apesar do senhor estar vendo uma família aqui, saiba que somos um só. Um corpo, uma alma, um coração.